"Fui uma criança e uma adolescente sem qualquer problema de peso, com pouco apetite, mas que tinha que respeitar rígidas normas: as horas das refeições eram sagradas e tinha que comer tudo quanto me punham no prato. Com ou sem apetite, gostasse ou não do que lá me punham. As alterações de peso vieram com a concretização da decisão de deixar de fumar, aos 23 anos, acompanhadas e agravadas por uma atividade profissional muito sedentária e que não permitia horas certas para as refeições."
"O almoço consistia muitas vezes numa sandes, comida à pressa, à hora do lanche e sentada à secretária. Engordei em pouco tempo 10 quilos!!! E pareceu-me impossível ver-me livre deles, pois as dietas eram pouco ou nada eficazes e quando perdia peso era por pouco tempo, em breve engordava todos os quilos que tinha perdido e mais alguns suplementares. Experimentei de tudo: dietas milagrosas, comprimidos que prometem resultados fantásticos e até mesmo dietas prescritas por médicos, sempre com o mesmo resultado. Cheguei a pensar que até mesmo o simples facto de respirar já me engordava. Percebi então que o que precisava não era que me dissessem o que devo ou não comer, não precisava que me dissessem o que iria ser o meu almoço e o meu jantar, percebi que precisava de ferramentas que me permitissem fazer opções pessoais e adaptá-las ao meu dia a dia. Encontrei o que procurava nas minhas participações nos programas PESO e PESO COMUNITÁRIO da Faculdade de Motricidade Humana, onde me ensinaram princípios básicos mas essenciais e indispensáveis à perda de peso: a importância do pequeno almoço, dado que é a primeira refeição do dia e a que quebra o jejum; a importância de saber ler rótulos, o que significam aquelas palavras e aqueles números; a importância de comer de três em três horas, para assim evitar ataques de fome que nos fazem comer tudo o que nos aparece à frente; a importância de uma refeição equilibrada nutricionalmente, e é tanto mais equilibrada quanto mais colorida for; a importância da atividade física no processo de perda de peso, porque esta é uma excelente forma de gastar calorias; a importância de integrar e aumentar a atividade física de forma simples no nosso dia a dia, mudando pequenos hábitos que fazem toda a diferença: em vez de estacionar o carro à porta de casa, do emprego, do médico ou do café, deixá-lo a um quarteirão de distância e percorrer essa distância a pé, subir e descer as escadas em vez de utilizar o elevador; etc. Estes e muitos outros princípios básicos e pequenos truques que nos ajudam no processo de perda de peso e na concretização da perda de peso que adaptei a mim, aos meus horários e ao meu dia a dia. Em resumo: nunca mais fiz dieta, mudei o meu estilo de vida. Passei a comer melhor e de forma mais saudável, a praticar atividade física, que fui aumentando de forma natural porque descobri que me dá prazer, porque me dá tempo para mim mesma e porque desenvolvi o gosto pela corrida. Perdi os quilos a mais e estabilizei o meu peso."